Ela estava toda desajeitada sobre a cama, sentada em diagonal, toda louca, toda afoita, toda cena. Pintava as unhas dos pés e apenas uma toalha envolvia os seus longos cabelos molhados.
O esmalte escorria e manchava os seus dedos pequenos, finos, estreitos. Pensava consigo mesma que Marluce, a manicure da esquina, tinha muito mais habilidade. Mas quem se importava?
O rádio cuspia uma canção, uma balada melosa qualquer. Estava sozinha em casa. O telefone tocou, insistente. Ela não atendeu. Não sabia quem era, e nem queria saber. Que se dane quem a chamava.
Naquele momento ela apenas se importava com os seus vinte e poucos anos e com a cor do seu esmalte.
Esmalte vivo.
Era essa a única certeza, a única coisa que importava: Que o esmalte, definitivamente, deveria combinar com o tom do seu batom... Com o tom da sua alma.
Conto Desencanto
Há 7 anos
tem certas combinações q as mulheres não devem abrir mão... nunca!
ResponderExcluirHá certos momentos de nossa vida que não se importamos para o que aconteça a nossa volta e sim,só para o que queremos.
ResponderExcluirbjsss
Acho que a coisa mais linda de ser mulher é isso, exatamente como vc descreveu ai... Combinamos cores, dores, amores... trazemos a alma pra fora e deixamos exposta, assim como o esmalte que nos adorna..
ResponderExcluirTens idéia do quanto gostei desse post?
beijos
Cada um sabe julgar suas prioridades e ser feliz com elas. Viver é mesmo uma arte!
ResponderExcluirBeijo!
Afina, como alguém muito sábio comentou no meu blog: "nada mais interessante que o cotidiano".
ResponderExcluirVocê vai perceber que eu não sou o tipo de pessoa de retribuir visitas só para ver aumentar a popularidade do meu blog (muitas vezes penso se issonão seria uma boa estratégia, mas não sou disciplinada).
Mas quando alguém me deixa o tipo de comentário que você deixou, me instiga a curiosidade, e venho.
Adorei o seu comentário (também não é o tipo de comentário que eu costumo fazer), parece que você entendeu exatamente o "sentido" da coisa.
Ah! A alma feminina, tão complexamente bonita, e tão simplesmente fascinante.
ResponderExcluirGostei do teu texto por conta do tom despretensioso que deu, e ao abordar um cotidiano feminino de maneira direta, a boa poesia dispensa rapapés.
abraços,
@paraquenomes
Momento in. E nessas horas a mulher pensa em tanta coisa que sequer ouve sons externos a si.
ResponderExcluirA cor do esmalte agora é up to date e é out não usar as novas cores Risque...
Estou sorrindo porque você capturou o instante.
Teu texto é um flagra.
muito bom!
beijos e obrigada, sempre, pela leitura apurada e pelas palavras que sempre deixas no 'inspirar'.
carinho,
E que a deusa do batom vermelho a acompanhe: na alma, na roupa, na noite.
ResponderExcluir:)
Gostei muito.